Fonte: http://www.sustentavel.org.br
A definição de metas de longo prazo para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa promete continuar dividindo as nações desenvolvidas daquelas em desenvolvimento. O impasse ficou claro durante o Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima (MEF), que reuniu ministros do Meio Ambiente e delegados de 17 países, em Jiutepec, no México, no final de junho.
Os temas abordados no encontro foram o financiamento, a adoção de medidas de mitigação e a adaptação à mudança climática e transferência de tecnologia das nações industrializadas ao mundo em desenvolvimento. Uma das expectativas girava em torno de um possível anúncio dos EUA ou da China, os principais emissores de gases poluentes, sobre uma meta clara de redução, fato que não ocorreu.
Em contrapartida, uma proposta que surgiu foi a criação de um fundo verde de US$ 10 bilhões, impulsionada pelo México – que sugeriu o Banco Mundial como administrador. Com isso, a idéia é ver mais nações assumindo a liderança no combate às mudanças climáticas e se comprometendo a financiar países em desenvolvimento.
A conferência faz parte também de uma série de negociações que têm o objetivo de definir as metas do segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto, que entrará em vigor a partir de 2012. Esse acordo, que não conta com os EUA, obriga os 37 países mais industrializados do mundo a reduzirem 5,2 % de suas emissões em relação aos níveis de 1990, até 2012. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), criado pela ONU, estima que essa redução tenha que ficar entre 25% e 40%. Já oGreenpeace cobra, no mínimo, 40%.
Os países em desenvolvimento também entendem que as emissões deveriam diminuir em pelo menos 40%, enquanto os mais industrializados querem que as metas obrigatórias incluam também as grandes nações emergentes.
O MEF, criado em março pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conta também com a Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do sul, França, Grã-Bretanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, África do Sul e União Européia que, juntas, representam 80% das emissões.
As negociações climáticas da ONU continuarão em Bonn entre 10 e 14 de agosto, em Bancoc entre setembro e outubro, e entre 2 e 16 de novembro em Barcelona. O processo culminará em Copenhague, na Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, entre 7 e 18 de dezembro.