Mais do que discutir os rumos do desenvolvimento sustentável no mundo para os próximos anos, a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável que ocorrerá em junho no Rio de Janeiro, quer deixar um legado para o Brasil na área social e ambiental, fazendo com que as questões levantadas tornem-se parte do dia a dia da população.
Este é um dos desejos do secretário nacional do comitê de organização do evento, Laudemar Gonçalves de Aguiar, responsável pelo planejamento e pela execução das medidas necessárias à realização das atividades como, por exemplo, administração de material, obras, transportes, hospedagem, recursos humanos e segurança.
Em entrevista ao Terra, Aguiar destacou que a Rio+20 será um momento para que o mundo veja o que já está sendo feito no Brasil, e que espera que durante os três dias do evento (20 a 22 de junho) a cidade do Rio de Janeiro esteja inteiramente voltada para as atividades da conferência. “Em relação a outras conferências, esta é a primeira vez que se é oferecido tantos espaços para a sociedade civil”, relata, lembrando que representantes de diversos setores sociais terão, além do espaço reservado dentro do Riocentro, onde ocorrerá a agenda intergovernamental, o Autódromo de Jacarepaguá (local de concentração e exposições), a Arena da Barra (onde haverá atividades da sociedade civil e será ponto de retransmissão de atividades do Riocentro e dos outros espaços), e o Espaço Vivo Rio (destinado a eventos debates). “O evento será o mais aberto ao público possível”, afirmou.
Logística – Ainda faltam cerca de três meses para o começo da Rio+20, mas há muito que ser feito. O processo de organização já está em andamento há quase dois anos, com o planejamento da logística de transporte, segurança e espaços para sediar o evento. Aguiar informa que neste momento está sendo providenciada a hospedagem para as delegações oficiais. De acordo com ele, nem todos os países confirmaram presença, mas entre 5 mil e 6 mil pedidos já foram oficializados.
“Esperamos que até 50 mil pessoas se credenciem na Rio+20 e mais de 100 chefes de Estado participem dos debates”, aponta o secretário. “Se a gente faz Carnaval e Réveillon no Rio, vamos garantir também um evento deste porte. Todos os órgãos de segurança estarão presentes sob o comando do Ministério da Defesa. Nosso esquema de segurança pode ser comparado ao que foi feito na época da Eco-92?, completa.
Para proporcionar a locomoção dos participantes em todos os espaços do evento, que incluem ainda o Museu de Arte Moderna (MAM), o Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, o Pier Mauá, o Galpão da Cidadania, o Parque dos Atletas e a Quinta da Boa Vista, haverá criação de linhas de ônibus e de metrô específicas, que facilitem a circulação pela cidade carioca. O secretário também contou que está em desenvolvimento o RioCard, um cartão intermodal que reduziria o tempo de filas na locomoção entre os espaços que integram a Rio+20.
Legado – Após a conferência, não haverá prédios, pistas ou obras decorrentes da realização do evento. “O legado será imaterial”, destaca Aguiar. Conforme o secretário, a Rio+20 não é um evento apenas sobre meio ambiente, mas sobre desenvolvimento sustentável, destacando o aspecto social.
Um dos carros-chefes do encontro, segundo ele, será a questão da acessibilidade – para se ter uma conferência inclusiva, que possibilite a maior participação possível de cidadãos. Assim, a perspectiva é que as ações visando ao acesso a cadeirantes e portadores de deficiências auditivas e visuais sejam parte de uma campanha a favor da inclusão, que se estenderá após o término da Rio+20.
Além disso, a redução do número de papel, usando ao máximo às novas tecnologias, servirá de exemplo para a população que participará e acompanhará a discussão. (Fonte: Portal Terra)