Boa tarde!!!
Essa frase muito me intriga, mas deixemos o seu contexto um tanto quanto machista de lado, para conseguirmos pensar na questão a que o autor provavelmente se propunha quando a proferiu.
Atribuem a frase à Marina Silva (não encontrei indício sólido sobre essa informação), mas a frase nos bota pra pensar de imediato e vai de encontro ao que conversamos ontem aqui.
A Natureza tem seus ‘caprichos’. Tem seu tempo. Suas necessidades urgentes ou milenares. Por vezes parece nos devorar em suas tempestuosas vontades. As vezes parece lenta aos nossos olhos tão ansiosos. Sua estrutura é sim intrigante. Feminina? Não exatamente. Vingativa? Não consigo a ver assim. Reativa, certamente. Ela não espera pelas nossas reações, mas corresponde às nossas ações. Nem sempre imediatamente, pois pode ocorrer de demorar milênios até se ‘vingar’ e nos devolver tudo que despejamos nela. E para revertermos esse quadro ela tem pressa, nossas reações ainda vão a passo de formiga.
O aquecimento global, por exemplo, começou a ser notado em meados do século XIX, mas desde quando a Natureza estava sendo agredida calada, sem demonstrar nenhuma reação aparente? Aceitando e tomando para ela todo o nosso descaso e insensatez, enquanto nós, outorgados pela ‘necessidade’ de progresso depositamos no Planeta toda nossa fúria tecnológica com avidez. Creio que pensávamos sermos livres das reações, afinal a Natureza nunca havia se manifestado largamente. Estávamos ‘seguros’. Não víamos nossas ações cotidianas como algo que interferisse nas obras da Natureza.
Muitos talvez por se acharem maiores do que ela, outros por pensarem que obra tão grandiosa não dependia de sua contribuição para continuar seu caminho. Ainda hoje há os que não conseguem encontrar essa relação, e se colocam à parte dessas discussões. Continuam a poluir, desmatar, incendiar, matar até à completa extinção. Ou ainda, mas não menos, a jogar o lixo na rua, nas praias e montanhas.
A maioria ainda não consegue visualizar que tudo isso, do grande ao pequeno ato, está gerando reações na Natureza. Natureza que é sensível, bela e acolhedora, como uma Grande Mãe. Mas também reativa, ‘vingativa’ e transborda senso de Justiça.
E a reação está vindo a galope e, como conversamos ontem, a Natureza tem seu próprio Amanhã e precisa seguir seu curso.