Lembrei-me hoje daquela viagem às praias do Espírito Santo, da sujeira embaixo das mesas, da despreocupação das pessoas com o seu entorno, como se todo aquele mar fosse capaz de absorver a sujeira criada pelo bicho homem. Como se houvesse uma espécie de ‘areia movediça, ’ capaz de fazer submergir aquele entulho todo, as pessoas iam deixando seus resíduos ali, despreocupadamente.
Ainda me choco com a lembrança da resposta da dona do quiosque: “Minha filha, a gente deixa tudo aí mesmo, porque amanhã a prefeitura passa limpando.”.
Revendo as fotos da última postagem do blog me veio à cabeça o quanto talvez a gente não tenha noção da ação do tempo sobre nossa realidade. Como se ‘o amanhã’ fosse algo inalcançável, distante, remoto. Um futuro onde que não faremos parte.
Amanhã?!!
Amanhã a maré já subiu e levou consigo todo aquele entulho. Amanhã a areia já se movimentou com os ventos e ‘escondeu’ boa parte da sujeira.
Amanhã….
Amanhã é tarde, muito tarde.
Amanhã, pra Natureza, significa quantas novas toneladas de resíduos sólidos a invadindo?
A Natureza não espera pelo amanhã para seguir seu curso. Ela vai, com toda a sua força, agindo sobre o ambiente, e com o ambiente. Ela pode levar o lixo paro o mar, submergi-lo nas areias, para depois desenterrá-lo com a força de novos ventos, e novas marés, mas dificilmente o deixará intocado esperando a Prefeitura passar, amanhã.