Fonte: http://www.aitech.com.br
Projeto será desenvolvido em parceria com universidades e centros de pesquisa da Bahia
O sisal da Bahia contará com recursos do Fundo Comum de Commodities (CFC) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que fica em Amsterdã, na Holanda, para o aproveitamento do resíduo líquido do sisal para a produção de bioinseticida e parasiticida. Para a primeira etapa do projeto – um estudo de pré-viabilidade para elaboração de um plano de negócios serão liberados US$ 170 mil, sendo US$ 112 mil de recursos não-reembolsáveis por parte do CFC.
O projeto, que foi apresentado pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e pelo Sindfibras, com o apoio do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), está orçado em US$ 1 milhão. Segundo o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ildes Ferreira, caso os resultados das pesquisas iniciais sejam positivos, o CFC vai liberar no próximo ano a parcela complementar, de R$ 890 mil, para estudos adicionais e implantação de uma unidade industrial piloto na região sisaleira da Bahia para a produção de bioinseticida e parasiticida. Eles serão produzidos a partir do resíduo líquido da extração da fibra do sisal, hoje estimado em dois bilhões de litros anuais e totalmente descartado no campo.
O projeto pretende utilizar o resíduo líquido do sisal também para a produção de dietético. De acordo com o engenheiro químico Adalberto Luiz Cantalino, o adoçante extraído do sisal é a inulina, um produto de origem natural que pode ser utilizado em substituição ao açúcar na indústria alimentícia e farmacêutica que não é absorvido pelo organismo, ou seja, é uma solução natural à substituição dos ciclamatos utilizados na indústria dos dietéticos.
Produto vai combater pragas na agricultura
O bioinseticida será empregado para combater pragas na agricultura. Em projeto anterior, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), foi descoberto que o suco do sisal in natura atua como bioinseticida no combate a pragas do plantio de algodão. Mas esse suco começa a fermentar dois dias após sua extração, o que inviabiliza sua produção comercial. “A ideia é extrair o principio ativo e acondicioná-lo, para que tenha um tempo mais longo de vida útil”, disse Cantalino. A vantagem em relação aos inseticidas disponíveis no mercado é a ausência de drogas químicas nocivas ao meio ambiente e ao ser humano. O projeto prevê ainda a produção de um parasiticida para combater pragas comuns em ovinos, bovinos e caprinos.