O ramo de alimentos e a reciclagem do lixo

Fonte: http://www.cempre.org.br

 

As discussões sobre questões ambientais, inseridas no amplo conceito “Desenvolvimento Sustentável”, ganham intensidade neste final de século, refletindo uma tendência irreversível para o próximo milênio. Diversos setores da sociedade passam a contribuir multidisciplinarmente com propostas que tendem a se fundir, fazendo emergir novas posturas que envolvem vários segmentos agrupados, ao invés de iniciativas pulverizadas e perecíveis do passado. A reciclagem é mola propulsora deste processo, pois o conceito abrange diversos aspectos técnicos, econômicos e sociais da relação Homem x Meio Ambiente. Entender a importância da reciclagem é o primeiro passo, mas saber praticá-la é o desafio maior. Ao contrário do que muitos imaginam, a relação custo/benefício de um projeto de reciclagem bem gerenciado pode apresentar resultados positivos surpreendentes. Já é possível enumerar alguns casos pelo Brasil.

O setor empresarial passa a exercer importante papel nesse contexto, reforçando seu compromisso com a qualidade de vida de várias formas:

  • atuando como interlocutor entre diversos setores da sociedade, tais como ONG’s, governo, entre outros;
  • propondo alternativas concretas de tratamento e redução da geração de resíduos, através do desenvolvimento tecnológico e da organização da produção e distribuição;
  • desenvolvendo e utilizando tecnologias de reciclagem, quando possível;
  • executando projetos em parcerias com universidades, centros de pesquisa, comunidades locais e governos;

Neste contexto, já é possível identificar algumas iniciativas pró-ativas do setor de alimentos no Brasil. No caso específico de supermercados, parcerias com empresas e comunidades têm apresentado resultados surpreendentes. O exemplo de uma cadeia de supermercados que implantou máquinas para recebimento (coleta seletiva) e prensagem de embalagens PET e latinhas de alumínio tem superado todas as expectativas em termos de resultados quantitativos e qualitativos. Os consumidores são motivados por uma combinação poderosa de impulsos:

  • oportunidade de ganho de descontos (bônus) em compras nos supermercados que implantaram o sistema;
  • cumprimento de suas obrigações individuais para com o desenvolvimento sustentável de nosso planeta;
  • cumprimento de sua responsabilidade social, através de uma contribuição efetiva para a atividade de reciclagem, geradora de novos empregos diretos e indiretos.

Não distantes estão vários restaurantes espalhados pelo país que organizam-se cada vez mais para separar os materiais recicláveis (papelão, plásticos, vidros, metais, entre outros) e destiná-los para a coleta seletiva, seja qual for o modelo adotado em seu município. Além disso, aplicam maior rigor na fiscalização do desperdício de alimentos, seja na fase de preparo, seja no consumo por seus clientes. A seguir algumas ações básicas para redução do desperdício:

  • introdução do sistema a kilo;
  • aplicação de multas pelo desperdício no preparo (funcionários);
  • aplicação de multas por excesso de “sobras” (clientes).

Cabe ressaltar que neste último caso, ao contrário do que muitos imaginam, a reação dos clientes é positiva. As multas são as mais criativas, não se restringindo a dinheiro em espécie, tendo com isso um forte caráter educativo.

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